domingo, 30 de dezembro de 2007

Luís Miguel

Tenho dissertado um pouco sobre auto-estima e a sua relação com a facilidade em alcançar objectivos e metas pessoais. Sem nenhuma analise passo aos comentários sobre mais uma actuação brilhante de ... Luís Miguel



- Tenho fãs (feminino aqui)?
- Estão mais mulheres do que homens.. mas porque? Eu sou um fã (risos, olhar matador, mão no cabelo - imagem de marca do menino, mais risos, mais mão no cabelo seboso)
- Eu queria fazer uma pergunta às minhas fãs.. Tenho uma canção e queria saber o que as minhas fãs pensam... o título é: Entrega-te..
- Eu não sei se devo.. mas por mim.. até cantava sem música (fãs loucas).. é melhor não (que elas já estão malucas pensa)
- Bem se é muito romântico é melhor nem cantar... (Ri-se para trás, dá uma volta em palco, um toque suave no blazer como se nenhum fato tivesse próximo de ter qualidade para ser vestido por ele.. para e olha para a sua sombra quase com um sinal de desprezo por si próprio, o que pode ser interpretado com um acto de superioridade em relação à sua própria existência. Volta o contacto com o público, mão no cabelo.. Voz de passarinho, letras de Tony Carreira e Toy e para terminar, novo sorriso que faz lembrar aqueles dois modelos portugueses gémeos burros, aponta para o escuro onde adivinhamos que esteja lá um espelho, seguido-se uma gargalhada de desprezo pela seu público e termina utilizando novamente o número da sombra)




sábado, 22 de dezembro de 2007

O início da série...

No início da série "O endividado não sou eu e até compro coisas baratinhas pelo natal", descobri algumas dicas para ajudar os amigos endividados. Eu gosto de vos ver gastar e ficar mais pobres. Aliás contaram-me que foi realizada uma sondagem nos EUA a jovens trabalhadores a quem foi perguntado se preferiam ganhar o dobro e os seus amigos 4vezes mais ou se optavam por ganhar metade vendo o ordenado dos seus amigos e conhecidos próximos reduzir-se para 1/4 do actual. Claro que a resposta foi "reduzir o ordenado para metade vendo os outros ganhar muito menos". É tudo uma questão de solidariedade meus caros. "Mein Kampf" é retirar progressivamente pessoas dos centros comerciais para eu poder fazer as compras de natal em paz. Então aqui estão algumas dicas:
Há vários tipos de endividados, vamos lutar para que tu não sejas um deles:
1 - Endividados activos: Estão sempre a pagar contas. Saem de uma dívida para entrar em outra. Alegam que têm sofrido imprevistos. É consumidor viciado, compulsivo.
2 - Sobreendividado: É alguém que está completamente enterrado em dívidas, falido! Tem dívidas no cartão de crédito, cheques carecas, tem empréstimos pessoais (dívidas à mãe, ao tio, aos amigos, na mercearia), ao estado, etc.
3 - Endividados passivos: Estes são apanhados de surpresa. Perdeu o emprego, sofreu um acidente, uma morte na família ou separação.

Para sair dessa situação o endividado activo deve ser educado financeiramente, comprar sempre "in loco" e controlar o consumismo. O sobreendividado deve renegociar as suas dívidas, buscar taxas mais adequadas, cancelar o cartão de crédito, mudar radicalmente seu padrão de vida com o objectivo do pagamento das dívidas. Já o endividado passivo, deveria se precaver tendo anteriormente feito um fundo de emergência. Se não possui tal fundo, deve buscar fontes de financiamento acessíveis para pagar as dívidas.
Se vocês acham que não se encontram em nenhuma destas fases, o melhor é precaverem-se e não consumirem tanto, porque um dia podem estar num destes patamares de endividamento. Será apenas uma questão de tempo ...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O Natal

Tarefas a realizar antes do dia de Natal:
- Tirar férias propositadamente para passar o dia a comprar prendas num shopping cheio de gente, gastando o dinheiro que não tem;
- Reencaminhar dois ou três emails pirosos para um grupo de amigos e conhecidos;
- Enfeitar a árvore de natal de forma pirosa e ridícula e colocar os presentes à volta;
- Colocar uma árvore de natal de led´s à janela ou então um boneco do pai natal pendurado na janela;
- Ouvir musica típicas da temporada, que curiosamente não mudaram nos últimos 50 anos (tirando a balada da Mariah Carey que ainda só tem 20 anos);
- Reunir a família, mesmo aqueles que não gostam e ver que no fim de cada ano tudo acaba ainda pior do que já estava;
- Enganar as crianças com histórias mais ou menos ridículas;
- Utilizar a temporada como desculpa para engordar 20kg, até porque o Português tem por norma cuidados com a alimentação e imagem;


Uma coisa que eu não entendo é o subsídio de natal. Ora o subsídio de férias é um conceito que eu entendo, está directamente relacionado com os dias de férias usufruídos ou não, até porque quando estamos de férias gastamos bastante dinheiro! Mas o subsidio de natal.. O natal é um dia, o dobro do salário para que? Para gastar tudo num dia? Isso não é racional. Não me parece que incentive a poupança ( se fosse distribuído por todo o ano.. talvez).
Num país de famílias endividadas como o nosso não devia haver subsídio de natal.
Estou preocupado com a economia nacional, por isso antes de emigrar vou lançar no meu blog uma medida por semana para ajudar a controlar o endividamento das famílias Portuguesas.
Um país inspirado pelo lema: " Até tu podes ser primeiro ministro"

sábado, 15 de dezembro de 2007

Não escrevo..

Não escrevo há algum tempo no blog. Porque tenho andado ocupado. Porque o portátil tem um problema de bateria. Porque temos sempre uma justificação quando queremos fugir à verdade
Enfim, está meia cidade com gripe, até os pobres tem gripe..
Novidades: Finalmente o bom senso chegou a Portugal.. A TVI comprou o Sexy dirty money na MIPCOM, a maior feira mundial de produtos audiovisuais, em Cannes à ABC... isto uns minutinhos antes de eu decidir emigrar de vez. Ora ainda não foi desta.



domingo, 11 de novembro de 2007

Em que mundo vivemos?

Ali, o Químico, vai para a forca sem remorsos

"Obrigado, meu Deus, por eu ser executado em nome do corajoso exército iraquiano. Longa vida ao Iraque. Longa vida ao exército iraquiano." Foi assim, sem sombra de remorsos, que Ali Hassan al-Majid reagiu à sentença: condenação à morte por enforcamento (...) Al-Majid, primo de Saddam, que ficou conhecido por Ali, o Químico (...) Este herdou o nome da operação que o falecido presidente iraquiano ordenou contra os curdos já no final da guerra entre o Irão e o Iraque. Os bombardeamentos e gaseamentos de várias partes da região autónoma do Curdistão, no Norte do Iraque, fizeram um total 182 mil mortos.
Na lista está o ataque contra a cidade de Halabja, na fronteira com o Irão, que matou cinco mil pessoas. Apesar de este ataque, feito com gás mostarda, não fazer parte da operação, foi ele que valeu ao primo de Saddam a alcunha de Ali, o Químico.
Saddam também era acusado neste caso, mas foi executado em Dezembro de 2006 no âmbito de um outro processo, sobre a morte de 148 xiitas na vila de Doujail, Norte do Iraque, em 1980.

Comentários:
1. "Obrigado, meu Deus, por eu ser executado" (Inspirado no "obrigado a Deus por eu ser do benfica")
2. A mania destes tipos fazerem declarações depois dos julgamentos é sem dúvida a ultima hipótese de ter algum protagonismo, rídicula, mas muito parecida com as cerimónias dos oscares, por isso um tanto ou quanto americanizada (o que torna a coisa ainda mais ridícula).
3. Condenação à pena de morte por enforcamento.. Não há nada mais moderno (ou o Ali gastou os químicos todos?)
4. O facto do Saddam também ser acusado neste caso cria um problema de logística dado que é complicado enforcar um morto, que por acaso até já foi enforcado em 2006.
5. Já alguem pensou que o terrorismo vive da mediatização e do medo criado pelos próprios povos que são alvo de ataques!?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

The First Step


Eles conheceram-se numa festa. Tiveram uma curta conversa, mas ele não teve coragem para a convidar para sair na altura. Pediu a um amigo o email dela (era mais fácil o telemóvel digo eu). Ele não tinha nenhum sinal de que ela poderia estar interessada, mas decidiu arriscar e escrever-lhe este email.


"Hello Kate,

It’s Joe - we met at Andrew’s party.
I hope you don’t mind me getting your e-mail address from the e-mail that Andy sent to us all; it is a bit sneaky of me.
It was wonderful to meet you on Saturday, and I wonder if you would consider meeting me for coffee sometime; maybe at the Tate Modern? OK. This is where my common sense is telling me to stop? keep it simple and positive Joe.
And the probability of me listening to that voice? Experience has taught me that it is not worth putting up a fight; I will end up giving in to the part of me that never wants to find itself shaking its head and muttering ‘if only?’
This is the part where I throw caution to the wind; the part where I listen to my heart and remember that I should live my life as an exultation and revel in the opportunity to try; the part where I refuse to apologise for who I am; the part where I trust that the lady I met on Saturday night is, as I suspect, able to see sincerity where others would see cliche.
I am fortunate enough to have been able to collect a number of special memories. They are memories of moments that made any struggle leading up to them worthwhile. They are memories of moments when I am struck by something so beautiful, time stands still and all of the ugliness in the world ceases to exist.
Your smile is the freshest of my special memories. Regardless of whether we see each other again, I will use it as I do my other special memories. I will call on it when I am disheartened or low.
I will hold it in my heart when I need inspiration. I will keep it with me for moments when I need to find a smile of my own.
I am unsure of all my motives for sharing this with you and, if I am honest, not ready to examine them too closely. However, I know that it makes me feel good to believe that maybe, if you are ever upset, knowing that I will be keeping your smile alive might help you through.
If you are half as intelligent and aware as I believe you to be, I am sure that you will find what I have written, in the very least, sweet. If I am twice as lucky as I would dare to hope, you will find this note charming and agree to contact me and arrange a date.
Either way, I trust that your reply will be candid - you told me how much you value honesty. One last thing, I promise that it is enormously rare for me to stray as far from sobriety as I managed on Saturday night.


Be safe. Joe."


Azar dos azares dos Joezinho... ela não respondeu ao email, e ainda fez questão de o reencaminhar para a sua lista de contactos fazendo troça do rapaz. O dito email acabou nos jornais imaginem só! O joe, alvo de chacota dos amigos ficou deprimido e não voltará a convidar nenhuma Kate para sair tão depressa.

O tema (a dificuldade em geral que os homens têm em convidar alguem de quem gostam para sair e o papel das novas tecnologias), foi alvo de discussão nos Estados Unidos e pela blogosfera americana.

Moral da história segundo os Americanos: Primeiro que se gostamos de alguem devemos informar essa pessoa, mesmo que não tenhamos sucesso devemos continuar a tentar.. e um dia quem sabe, Segundo é melhor que a primeira aproximação seja curta e simples, sendo melhor guardar aspectos mais intimos para outros momentos.

Moral da história segundo o povo latino: Na República Dominicana ensinaram-me que para sair com uma mulher que não conheço devo dizer-lhe na cara que ela é a mulher mais bonita do mundo, convida-la para dançar e conseguiste.. na Bulgária ensinaram-me que a melhor forma para saber se é reciproco é dizer a ela: "Tens uns olhos bonitos", se ela sorrir, convida para 1 jantar, se ela aceitar convida-a depois para 1 bebida, depois da bebida.. já está!


Eu de engates não percebo nada, uma vez enganei-me e disse a uma alemã que tinha acabado de conhecer "Ich Liebe du" (no meu mau alemão vim depois a descobrir que tinha-lhe dito: "Eu amo-te"), entre outras coisas que não vou divulgar com receio que possam ser enviadas por email para o meu grupo de amigos ou publicados num qualquer jornal.


Depois outra nota, é este sem dúvida o tempo das mensagenzinhas para o telemóvel, dos toques, dos emails, do msn, do hi5, do skype, do amor copy paste, do 4455 envie amor à sua cara metade, do teletexto da televisão, dos canais do amor, até dos blogs..! E eu a ficar farto de um mundo que também consumo. Claro que não estou farto deste mundo, farto sim de das pessoas que moldam o mundo, que ao satisfazerem-se com este amorzinho imaginário, para onde foi a descoberta da paixão, o encontro inesperado, o amor no olhar, a saudade da vista, o cheiro, o tacto, a luz que ilumina aquela e só aquela pessoa. Esquecem-se do verdadeiro amor que o MEC fala um pouco mais abaixo. Felizes dos que vivem assim? Não meus amigos, tristes todos os outros que também assim "temos" de viver.


Apesar de tudo isto tenho uma mensagem final para o Joe.. Obrigado pela inspiração!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Saudades Trago Comigo

E tu que sentes por mim
Desde essa noite perdida
Sentes esse frio em ti
Que eu sinto na minha vida

Eu sei que o teu corpo
Há-de sentir a falta do meu
Por isso eu tenho a saudade
Que o meu corpo tem do teu

Camané

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Casa

".. del increíble entorpecimiento que me enredaba a cada paso, recuerdo sobre todo la aguda impresión de extrañeza cuando dejé por fin cerradas sobre la cama, en el departamento ya vacío, las dos valijas que iba a llevar en el avión y me puse a preparar el bolso con la muda de ropa que usaría en Puente Viejo. Fue como una sensación de no pertencer a ningún lado."
Livro: Acerca de Roderer - Guillermo Martínez

Sorte a daqueles que sabem onde fica esse lugar a que podemos chamar "casa".. que nunca se perderam no caminho de volta. Sorte ou azar!? :)

Si tu estuvieras...

Ahora te he encontrado nuevamente
cada segundo en mis recuerdos
las horas se hacen largas y queman
porque siempre me encuentran con las manos vacias
la vida es un castillo de ilusiones
que te deshilusiona al derrumbarse
Si tu estuvieras,
se que mi mundo seria diferente
tendria el destino mi mundo en su suerte
y volverian sueños de primavera

(Letra da música de Hector Acosta: "Si tu estuvieras" )

Se recordo a República, recordo o Ramón (e a sua familia lá no fim do mundo no distrito de San Cristobal, na pequena vila de Yaguate), o Juan, o Hector, todos eles, as Canadianas Mel, Marie e Karen, as enfermeiras espanholas de Paris e os companheiros de todos os dias: Pedro (está por Palma de Maiorca), Daniela (em Barcelona) e os outros andam por aí. E eu voltei a casa. A casa? Qual casa?

domingo, 21 de outubro de 2007

Maria Taylor.. It was a good start?!?

It's a shame now, baby, you can't see yourself,
And everything you're running from.
And it's the same world, honey, that has brought You down,
As the one that's gonna pick you up.
And pick you up.

And it's a shame now, baby, you can't separate
Yourself from where you stood.
And it's the same world, honey, that made you feel so bad,
That makes you feel so good.Feel so good.

Reign Over Me

Para quem já conheceu algum familiar de uma vítima do ataque terrorista do 11 de Setembro, este filme faz todo o sentido. Principalmente aqueles cujas familias foram vítimas dos acidentes de aviação. Antes de mais importa recordar que a diferença entre este e outro qualquer outra acidente de perda é a mediatização do acontecimento e o valor das indeminizações pagas pelas seguradoras ao familiar directo das vítimas (que não seria nada de extraordinário se não estivessemos a falar de montantes na ordem de 1 a 2 milhões de dólares por pessoa).


Ora para quem ainda não se concentrou somente na questão financeira já deve ter compreendido que estamos perante dois factores explosivos. Primeiro a perda e toda a instabildiade provocada por essa perda, cujos danos são de forma geral irreparáveis, depois uma antítese: A compensação da felícidade com dinheiro. Ora não é preciso ser um génio para compreender que o dinheiro não traz felicidade, porque o dinheiro não compra felicidade, não ressuscita pessoas, nem paga a cura para tal dor.

Felizmente não sei do que estou a falar. Mas conheci alguem que sabe. Como vos posso apresentar: Um homem de meia idade Dominicano, emigrante durante nos Estados Unidos (mais do que normal até aqui). Talvez trabalhasse na construção cívil, bastava 10 anos de trabalho árduo nos Estados Unidos para voltar como homem rico para a sua terra e viver uma vida desafogada com o seu pequeno negócio. No dia 11 de Setembro tudo mudou. Sua mulher e filha iam num dos aviões no qual seguiam os sequestradores e se despenhou contra uma das torres gémeas. Com a sua vida destruída voltou à sua terra natal, com ele levou uma mala com cerca de 4 milhões de euros. Na República dominicana o salário mínimo é cerca de 75 euros por mês. Num país onde as desigualdades são gritantes, não teve grande problema em adaptar-se ao novo estilo de vida. Compensou todos os seus problemas com bens materiais. Comprou 1 carro novo, outro e outro, uma casa na capital, outra na praia, na montanha, no golfe.. Comprou 1 mulher (talvez mais, só conheci uma), comprou o que podia e o que não queria.

Conheci-o numa tarde em que comprou a familia (fui como convidado do primo dele) com um almoço na sua mansão (acreditem nunca estive numa casa deste género) num campo de golfe perto de Santo Domingo. Disseram-me que em cada uma das suas casas tinha 3 escravos (eles chamam haitianos mas prefiro chamar as coisas pelos nomes). Um para cozinhar, outro para tratar dos carros e do jardim e o outro para servir. O último tinha como função servir bebidas na piscina apanhar os papeis que os convidados iam atirando para o chão e apanhar as bolas que iam para fora da piscina quando os convidados decidiram ir todos vestidos para a piscina (adivinhem lá quem mais tarde ia lavar a roupa..). O fim de tarde foi um momento quase religioso em que todos demos as mãos, demos graças a deus, o proprietário ofereceu a sua casa a quem quisesse passar as férias e agradeçendo a presença de todos disponibilizou-se para ajudar os familiares que necessitassem de ajuda... financeira.

Não era preciso ser muito observador para reparar na falta de auto-estima, confiança e absoluta tristeza deste senhor que não conseguiu recuperar a felicidade que perdeu na busca do dinheiro prometido pelo sonhos americano. A terra do "Tio Bush" retirou-lhe tudo o que tinha, mas em troca deu-lhe uma montão de "bucks". A mim não me deu nenhum dos seus bucks, e ainda bem, apenas me disse que a familia dele era descendente de uma familia italiana, por isso era como se fosse da familia. Well that didn´t make my day, mas sempre foi mais simpático que os bucks, apesar de eu não ser Italiano.

O filme é o Reign Over Me, uma história sobre um homem que perde a mulher e as filhas no ataque de 11 Setembro. Considerado por alguns como o melhor filme do ano. Eu gostei, mas eu gosto de coisas que têm algum sentido, significado para mim. Fica o trailer para quem quiser ficar com 1 ideia.


About memories

When you lost something, everytime a bit of it goes... you lost a piece of yourself..!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Bonecas Russas

As mulheres são como as bonecas russas.. É preciso passar por várias até chegar à última (aquela pequena), o grande problema é que parece uma viagem interminável até chegar à mais perfeita. E por vezes percorrer todo este caminho é apenas o inicio.. (esta teoria não é minha!!).. Nem a propósito, depois, para ser perfeito perfeito, virava-se a "piquena" e dizia isto:

"Eu sei que não és sempre prefeito, sei que tens imensos problemas, defeitos, imperfeições. Mas quem não os tem? Mas eu prefiro os teus problemas. Estou apaixonada pelas tuas imperfeições. Acho-as formidáveis (...) Não me limito a ver o que é belo. Seduzem-me as outras coisas. Adoro aquilo que não é perfeito. É assim que eu sou!" (As Bonecas Russas)




God knows how I adore life

When the wind turns on the shores lies another day

I cannot ask for more
(...)

Mysteries of love

Where war is no more

I'll be there anytime

domingo, 14 de outubro de 2007

Dorme, que a vida é nada!


Dorme, que a vida é nada!

Dorme, que tudo é vão!

Se alguém achou a estrada,

Achou-a em confusão,

Com a alma enganada.


Não há lugar nem dia

Para quem quer achar,

Nem paz nem alegria

Para quem, por amar,

Em quem ama confia.

Fernando Pessoa

sábado, 13 de outubro de 2007

Crianças..



Bastava começar por aqui para que pudessemos viver num mundo melhor...

DIREITOS DA CRIANÇA

As crianças têm direitos

Em 20 de Novembro de 1989, as Nações Unidas adoptaram por unanimidade
a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), documento que enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais – os direitos civis e políticos, e também os direitos económicos, sociais e culturais – de todas as crianças, bem como as respectivas disposições para que sejam aplicados.
Este tratado internacional é um importante instrumento legal devido ao seu carácter universal e tembém pelo facto de ter sido ratificado pela quase totalidade dos Estados do mundo (192). Apenas dois países, os Estados Unidos da América e a Somália, ainda não ratificaram a Convenção sobre os Direitos da Criança.

Portugal ratificou a Convenção em 21 de Setembro de 1990.

A Convenção assenta em quatro pilares fundamentais que estão relacionados com todos os outros direitos das crianças:
• A não discriminação, que significa que todas as crianças têm o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte do mundo.
• O interesse superior da criança deve ser uma consideração prioritária em todas as acções e decisões que lhe digam respeito.
• A sobrevivência e desenvolvimento sublinha a importância vital da garantia de acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que as crianças possam desenvolver-se plenamente.
• A opinião da criança que significa que a voz das crianças deve ser ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus direitos.

A Convenção contém 54 artigos, que podem ser divididos em quatro categorias de direitos:
• os direitos à sobrevivência (ex. o direito a cuidados adequados)
• os direitos relativos ao desenvolvimento (ex. o direito à educação)
• os direitos relativos à protecção (ex. o direito de ser protegida contra a exploração)
• os direitos de participação (ex. o direito de exprimir a sua própria opinião)

In unicef.pt

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Miguel Esteves Cardoso

Sorrateiramente tive de copiar estes extratos da blogosfera, sem qualquer aviso. Nenhuma maldade, apenas a necessidade de conservar, para mim, meia dúzia de linhas deste senhor que sabe o que diz.

Elogio ao Amor

" (..) O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.

O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

"Outra enormidade actual é a ideia de que dois seres apaixonados podem ser "amigos". Isto é como querer que um vulcão sirva também para aquecer um tacho de sopa. Ofende tanto a amizade – ou o fogão – como o amor – e o vulcão. Ser amigo é querer o bem de alguém. Amar é querer alguém, e acabou. Se for a bem, melhor. Se for a mal é porque teve de ser.Um vulcão só irrompe de quando em quando, e ás vezes uma única vez. Como o amor. E o fogão dura quase toda a vida, como a amizade. Não haja confusão."
MEC

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Alentejo


A relação de posse, de identidade, de pertença, não é, ainda hoje, muito clara para mim. Possuímos uma casa, um carro, um amigo, um amor, mas sempre a termo. No fundo é como se fizéssemos um leasing, sabendo de antemão que no final ou mantemos ou terá outro dono. Dizem também que há sítios onde criamos raízes. Então eu, alfacinha de gema, nascido e criado em Lisboa, deveria encontrar as minhas raízes por Lisboa verdade? Falso!.. Não me sinto minimamente atraído a esta cidade que é linda, sem dúvida, mas à qual não pertenço. Todo o homem tem um sitio com o qual se identifica, o meu sitio é o Alentejo, terra aonde nasceu o meu pai, onde passei parte da minha infância, numa pequena vila (do concelho de Avis, distrito de Portalegre), onde o meu avô tinha uma quinta, cujos limites a vista não conseguia alcançar, nem tão-pouco a imaginação. Foi vendida após a sua morte, mas será eternamente nossa, tal como as recordações. Espero um dia ter o valor em dinheiro necessário para a recuperar, porque o valor afectivo ninguém pode tirar.
O meu fim de semana prolongado no Alentejo fez-me recordar tudo isto e muito mais..
E no fundo a verdade: Nós não temos nada, nada nos pertence, assim como nós não pertencemos a nada nem a ninguém.


"É praia, é serra, são planícies sem fim. É cortiça, é azeite, é vinho – e muito espaço deixado aberto à natureza simples, alecrim e rosmaninho. É cartola de mágico, a todo o instante explorada: dela saem tapetes, chocalhos, petiscos. Nela cabem humor, paciência, bonomia; e tanta sageza que, tão bem trabalhada, prende amantes e incautos nas malhas de uma filosofia dormente e não isenta de risco. É uma saudade sem dor, um sentimento que traz a cada dia esforçado um secreto sabor, a sensação inebriante de que, bem perto de nós, é possível encontrar o paraíso perdido. À vista de todos, o Alentejo é cofre fechado com chave no coração. "

In visitalentejo.com


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Um livro...






Maruja Torres - Mientras Vivimos

É o livro que estou a ler agora. A versão em castelhano (não sei se existe outra).

Mientras vivimos es una gran historia de admiración y celos, de mentira y verdad, de odio y amor, de pérdidas y encuentros. Judit tiene veinte años y quiere ser como Regina Dalmau, novelista consagrada y próxima a la cincuentena, por la que siente una obsesión casi enfermiza. El día de Todos los Santos se dirige a su encuentro, convencida de que la escritora sabrá ver su talento para la literatura y la ayudará a abandonar el barrio proletario en el que ha crecido y del que reniega.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Um filme...

Movie- A Good Year (2006)
Entre muitos filmes que tenho visto ultimamente, este ficou-me na memória. Por vários motivos.....

Uma música...



Donna Maria é bom. Muito bom. Gostam?

Nunca quis saber
Nunca quis acreditar
Que irias partir
Não podias cá ficar
Nunca quis escutar
E muito menos quis ouvir
O teu silencio que avisava
A intenção de não voltar
Podes crer
Bem que me disseram
Para nunca me dar
A uma pessoa ou a um lugar
Podes crer
Se um homem nunca chora
De que servem estes olhos
Se não podem mais te ver

Para que servem estes olhos

Pensei que algum dia teria de ter um blog. Talvez por ter pensado tanto só agora concretizei o meu desejo. E sobre o que iria escrever? Nunca tive muito jeito para a escrita. Não tenho nenhuma área em que os meus conhecimentos sejam mais aprofundados, como têm os outros bloguistas que escrevem sobre arte, cultura, política, desporto ou qualquer outra área que dominam, por formação ou interesse. O meu interesse são as pessoas, as sensações e os sentimentos. Ora isso sempre me pareceu tão distante deste mundo que é a Internet. No mundo da Internet, o que os olhos vêm o corpo não sente... verdade? Conto com a vossa ajuda para esclarecer esta minha dúvida. Entretanto vou partilhando experiências de vida, histórias de cidades distantes, de pessoas, de problemas, de alegrias, de coisas... e mais coisas. Nunca tive muito jeito para a escrita, peço que me compreendam e corrijam se cometer algum erros. Vou tentar escrever menos e transmitir mais.