domingo, 11 de novembro de 2007

Em que mundo vivemos?

Ali, o Químico, vai para a forca sem remorsos

"Obrigado, meu Deus, por eu ser executado em nome do corajoso exército iraquiano. Longa vida ao Iraque. Longa vida ao exército iraquiano." Foi assim, sem sombra de remorsos, que Ali Hassan al-Majid reagiu à sentença: condenação à morte por enforcamento (...) Al-Majid, primo de Saddam, que ficou conhecido por Ali, o Químico (...) Este herdou o nome da operação que o falecido presidente iraquiano ordenou contra os curdos já no final da guerra entre o Irão e o Iraque. Os bombardeamentos e gaseamentos de várias partes da região autónoma do Curdistão, no Norte do Iraque, fizeram um total 182 mil mortos.
Na lista está o ataque contra a cidade de Halabja, na fronteira com o Irão, que matou cinco mil pessoas. Apesar de este ataque, feito com gás mostarda, não fazer parte da operação, foi ele que valeu ao primo de Saddam a alcunha de Ali, o Químico.
Saddam também era acusado neste caso, mas foi executado em Dezembro de 2006 no âmbito de um outro processo, sobre a morte de 148 xiitas na vila de Doujail, Norte do Iraque, em 1980.

Comentários:
1. "Obrigado, meu Deus, por eu ser executado" (Inspirado no "obrigado a Deus por eu ser do benfica")
2. A mania destes tipos fazerem declarações depois dos julgamentos é sem dúvida a ultima hipótese de ter algum protagonismo, rídicula, mas muito parecida com as cerimónias dos oscares, por isso um tanto ou quanto americanizada (o que torna a coisa ainda mais ridícula).
3. Condenação à pena de morte por enforcamento.. Não há nada mais moderno (ou o Ali gastou os químicos todos?)
4. O facto do Saddam também ser acusado neste caso cria um problema de logística dado que é complicado enforcar um morto, que por acaso até já foi enforcado em 2006.
5. Já alguem pensou que o terrorismo vive da mediatização e do medo criado pelos próprios povos que são alvo de ataques!?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

The First Step


Eles conheceram-se numa festa. Tiveram uma curta conversa, mas ele não teve coragem para a convidar para sair na altura. Pediu a um amigo o email dela (era mais fácil o telemóvel digo eu). Ele não tinha nenhum sinal de que ela poderia estar interessada, mas decidiu arriscar e escrever-lhe este email.


"Hello Kate,

It’s Joe - we met at Andrew’s party.
I hope you don’t mind me getting your e-mail address from the e-mail that Andy sent to us all; it is a bit sneaky of me.
It was wonderful to meet you on Saturday, and I wonder if you would consider meeting me for coffee sometime; maybe at the Tate Modern? OK. This is where my common sense is telling me to stop? keep it simple and positive Joe.
And the probability of me listening to that voice? Experience has taught me that it is not worth putting up a fight; I will end up giving in to the part of me that never wants to find itself shaking its head and muttering ‘if only?’
This is the part where I throw caution to the wind; the part where I listen to my heart and remember that I should live my life as an exultation and revel in the opportunity to try; the part where I refuse to apologise for who I am; the part where I trust that the lady I met on Saturday night is, as I suspect, able to see sincerity where others would see cliche.
I am fortunate enough to have been able to collect a number of special memories. They are memories of moments that made any struggle leading up to them worthwhile. They are memories of moments when I am struck by something so beautiful, time stands still and all of the ugliness in the world ceases to exist.
Your smile is the freshest of my special memories. Regardless of whether we see each other again, I will use it as I do my other special memories. I will call on it when I am disheartened or low.
I will hold it in my heart when I need inspiration. I will keep it with me for moments when I need to find a smile of my own.
I am unsure of all my motives for sharing this with you and, if I am honest, not ready to examine them too closely. However, I know that it makes me feel good to believe that maybe, if you are ever upset, knowing that I will be keeping your smile alive might help you through.
If you are half as intelligent and aware as I believe you to be, I am sure that you will find what I have written, in the very least, sweet. If I am twice as lucky as I would dare to hope, you will find this note charming and agree to contact me and arrange a date.
Either way, I trust that your reply will be candid - you told me how much you value honesty. One last thing, I promise that it is enormously rare for me to stray as far from sobriety as I managed on Saturday night.


Be safe. Joe."


Azar dos azares dos Joezinho... ela não respondeu ao email, e ainda fez questão de o reencaminhar para a sua lista de contactos fazendo troça do rapaz. O dito email acabou nos jornais imaginem só! O joe, alvo de chacota dos amigos ficou deprimido e não voltará a convidar nenhuma Kate para sair tão depressa.

O tema (a dificuldade em geral que os homens têm em convidar alguem de quem gostam para sair e o papel das novas tecnologias), foi alvo de discussão nos Estados Unidos e pela blogosfera americana.

Moral da história segundo os Americanos: Primeiro que se gostamos de alguem devemos informar essa pessoa, mesmo que não tenhamos sucesso devemos continuar a tentar.. e um dia quem sabe, Segundo é melhor que a primeira aproximação seja curta e simples, sendo melhor guardar aspectos mais intimos para outros momentos.

Moral da história segundo o povo latino: Na República Dominicana ensinaram-me que para sair com uma mulher que não conheço devo dizer-lhe na cara que ela é a mulher mais bonita do mundo, convida-la para dançar e conseguiste.. na Bulgária ensinaram-me que a melhor forma para saber se é reciproco é dizer a ela: "Tens uns olhos bonitos", se ela sorrir, convida para 1 jantar, se ela aceitar convida-a depois para 1 bebida, depois da bebida.. já está!


Eu de engates não percebo nada, uma vez enganei-me e disse a uma alemã que tinha acabado de conhecer "Ich Liebe du" (no meu mau alemão vim depois a descobrir que tinha-lhe dito: "Eu amo-te"), entre outras coisas que não vou divulgar com receio que possam ser enviadas por email para o meu grupo de amigos ou publicados num qualquer jornal.


Depois outra nota, é este sem dúvida o tempo das mensagenzinhas para o telemóvel, dos toques, dos emails, do msn, do hi5, do skype, do amor copy paste, do 4455 envie amor à sua cara metade, do teletexto da televisão, dos canais do amor, até dos blogs..! E eu a ficar farto de um mundo que também consumo. Claro que não estou farto deste mundo, farto sim de das pessoas que moldam o mundo, que ao satisfazerem-se com este amorzinho imaginário, para onde foi a descoberta da paixão, o encontro inesperado, o amor no olhar, a saudade da vista, o cheiro, o tacto, a luz que ilumina aquela e só aquela pessoa. Esquecem-se do verdadeiro amor que o MEC fala um pouco mais abaixo. Felizes dos que vivem assim? Não meus amigos, tristes todos os outros que também assim "temos" de viver.


Apesar de tudo isto tenho uma mensagem final para o Joe.. Obrigado pela inspiração!